sábado, 26 de maio de 2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Nota de Repúdio ao Projeto de Lei nº3839/2012
O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral - MCCE, rede de organizações sociais responsável pela conquista da Lei da Ficha Limpa, vem a público repudiar veementemente a atitude da Câmara dos Deputados, que sem qualquer debate popular aprovou lei que anistia os políticos que fraudaram suas prestações de contas de campanha.
O Projeto de Lei nº 3839/2012 atenta contra tudo o que deseja a sociedade brasileira, que se encontra mobilizada em favor dos valores da ética e da moral, que devem presidir as declarações do Parlamento.
Esperamos do Senado Federal a rejeição sumária dessa matéria, enquanto convidamos toda a sociedade a se manifestar contra esse ato atentatório à própria imagem do Congresso Nacional.
Brasília, 23 de maio de 2012.
COMITÊ NACIONAL DO MOVIMENTO DE COMBATE À CORRUPÇÃO ELEITORAL
MCCE – 10 ANOS – VOTO NÃO TEM PREÇO, TEM CONSEQUÊNCIAS.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
CAMPANHA FICHA LIMPA PARA CARGOS EM COMISSÃO
Aos eleitores cabe ficarem de olhos abertos para a ficha dos candidatos e espera-se da sociedade a mobilização, como já ocorre em vários lugares, explicitando a necessidade da 'Ficha Limpa' ser aplicada também aos cargos comissionados para maior consolidação da democracia.
Acompanhando as sessões da Câmara Municipal o MVC Bertioga tomou conhecimento do Projeto de lei da Ficha Limpa municipal proposto por dois vereadores da Casa, e desde então vem aguardando ansiosamente a sua aprovação.
Aproveitando os festejos de aniversário da cidade, o Movimento Voto Consciente de Bertioga iniciou, em 18 de maio, uma campanha intensa de coleta de assinaturas para agilizar a aprovação da Lei da Ficha Limpa Municipal em Bertioga, conseguindo apenas nesse final de semana 1.200 assinaturas aproximadamente.
Se você compartilha com esse ideal, entre em contato conosco e solicite o modelo de abaixo assinado para que, na medida da possibilidade e o mais rapidamente possível, sejam coletadas assinaturas em seu bairro/condomínio, com amigos...
Não temos dúvidas de que, com o poder de mobilização de vocês, alcanceremos nosso objetivo mais rapidamente. Conforme conseguirem, por favor, comuniquem-se com
Kátia - mvc.bertioga@gmail.com
Ilza - ilzagfurquim@yahoo.com.br
Elisa - selvo@uol.com.br
para que a gente vá buscar as folhas assinadas.
Abraço consciente.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
DIA HISTÓRICO PARA A DEMOCRACIA BRASILEIRA!
16/05/201220h52
No primeiro dia da Lei de Acesso à Informação, Banco Central foi órgão com maior demanda
Daniella JinkingsDa Agência Brasil, em Brasília
Durante o primeiro dia em que a Lei de Acesso à Informação entrou em vigor, o Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão (e-SIC) registrou 708 pedidos de consultas até às 18h. De acordo com a CGU (Controladoria-Geral da União) o monitoramento do sistema será feito constantemente.
Segundo a CGU, o Banco Central foi o órgão que teve maior demanda (49), seguido pelo Ministério do Planejamento (37), Ministério das Relações Exteriores (36), Ministério da Saúde (28) e Ministério da Justiça (24).
A Lei de Acesso à Informação foi sancionada no fim do ano passado e tem o objetivo de garantir aos cidadãos brasileiros acesso aos dados oficiais do Executivo, Legislativo e Judiciário. O decreto que regulamenta a lei foi assinado hoje (16) pela presidente Dilma Rousseff durante a cerimônia de instalação da Comissão da Verdade.
Segundo a CGU, todos os 38 ministérios divulgaram hoje (16) as páginas eletrônicas que dão acesso a editais, licitações, contratações, registros de repasses ou transferências de recursos financeiros, além de pagamento de despesas a todo o público.
De acordo com o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, o acesso ao sistema de informações ao cidadão foi tranquilo na esfera federal. “Estamos acompanhando pelo sistema o volume dos pedidos em diversos órgãos e ministérios”.
Ainda não há uma estimativa de quanto vai custar a manutenção do SIC para os cofres públicos. “Não é barato, mas vale a pena. É direito do cidadão e não tem preço. Devemos ter esse valor em breve”, disse Hage. Segundo ele, nos Estados Unidos o custo anual chega a US$ 250 milhões.
A nova lei regulamenta o acesso a dados do governo, pela imprensa e pelos cidadãos, e determina o fim do sigilo eterno de documentos oficiais. Pela nova lei, o prazo máximo de sigilo foi limitado a 25 anos para documentos ultrassecretos, a 15 anos para os secretos e a cinco para os reservados. Os documentos ultrassecretos poderão ter prazo de sigilo renovado apenas uma vez.
Com essa lei, o Brasil passa a compor, com 91 países, o grupo de nações que reconhecem que as informações guardadas pelo Estado são um bem público. Além dos gastos financeiros e de contratos, a norma garante o acompanhamento de dados gerais de programas, ações, projetos e obras.
quarta-feira, 9 de maio de 2012
CURIOSIDADE: ELEITA COM 1 VOTO SÓ
Folha.com
03/05/2012 - 09h34
Vereadora que recebeu apenas um voto é empossada no Piauí
NATÁLIA CANCIAN DE SÃO PAULO
Com apenas um voto, o dela mesma, uma professora aposentada
de 79 anos tomou posse na Câmara Municipal de Coivaras (88 km de Teresina),
cidade de pouco mais de 3.800 habitantes.
Constância Melo de
Carvalho (PMDB) substituiu Raimunda Costa Santos (PSDB), cassada sob acusação
de infidelidade partidária.
Evangélica, ela diz
que só assumiu o mandato porque "Deus quis".
"É como diz a palavra de Deus, nos provérbios de
Salomão: 'O homem pode fazer os planos, mas a resposta vem do Senhor.'"
Segundo Constância, a performance ruim no pleito se deveu ao
fato de ter desistido da campanha para cuidar do filho, que estava doente e
morreu meses depois.
"O Neto, meu
filho, era minha pedra forte. Ele queria que me candidatasse, mas eu não
queria. Dizia para meus eleitores que meu nome tinha ficado lá, mas que não era
mais candidata."
No dia da votação, Constância diz que resolveu votar em si
própria para ajudar o partido.
"Pensei: 'Sabe de uma coisa? Vou votar em mim. Não vou
ser besta'. Se eu votasse em mim, sustentaria o PMDB, o PSB e o PSDB, [partido]
do meu prefeito."
O voto acabou lhe rendendo o posto de suplente da coligação.
Segundo o presidente da Câmara de Coivaras, Carlos Alberto
Araújo (PSB), os outros suplentes não puderam assumir o cargo por terem trocado
de partido com a proximidade das eleições.
Essa é a quarta vez que Constância assume a vaga na Câmara
--a primeira foi em 1992, quando teve o segundo maior número de votos.
A posse ocorreu no
dia 23 de abril. De lá para cá, só participou de uma reunião, afirma. Entre os
projetos, está o de construir uma casa para idosos.
"Vou me
comportar como simples vereadora que quer trabalhar pelo povo, mas não foi
eleita pelo povo. Ainda assim, o povo é meu povo", diz, com discurso
político afiado.
SITE DE PESQUISA DE POLÍTICOS
Segue endereço de um portal criado para termos acesso a todos os
dados dos parlamentares em exercício (inclusive passagens pela justiça).
Basta clicar na cidade ou estado e fazer a busca.
Se buscarem sem digitar nada, aparece uma lista com todos os políticos da zona escolhida.
www.excelencias.org.br
quarta-feira, 2 de maio de 2012
REFLEXÕES DE 1º DE MAIO
Por uma constituinte popular
permanente
Chico Whitaker
Enquanto era um
simples projeto de iniciativa popular, para o qual eram recolhidas assinaturas
de apoio pelo Brasil afora, a atual Lei da Ficha Limpa sofreu muitos e
diversificados ataques. Chegou a ser chamada mesmo de autoritária, por fazer um
reparo à conquista indiscutível da humanidade que foi a adoção universal do
principio anti-barbárie da presunção da inocência. Mas seus principais
opositores se encontravam justamente entre os que seriam por ela atingidos e
que, apoiando-se na infindável possibilidade de recursos aberta pelos nossos
Códigos processuais, usavam esse principio para assegurar sua impunidade. E por isso mesmo foi de fato uma surpresa que
o projeto superasse a barreira que se erguia contra ele no Congresso, onde se
dizia, quando lá chegou com seu milhão e meio de assinaturas, que era mais
fácil uma vaca voar do que ele ser aprovado.
E eis que o bom senso
desse milhão e meio de eleitores chegou - depois de uma verdadeira maratona
dentro do Congresso, no Tribunal Superior Eleitoral e por fim no Supremo
Tribunal Federal - a encurralar o principio da presunção da inocência lá onde
ele tinha mesmo que ficar: no direito penal. E a sociedade se viu enfim
contemplada com a validação do principio também universal da precaução, ainda
mais quando se trata, como no direito eleitoral, de eleger pessoas às quais
será entregue a responsabilidade de cuidar dos destinos do país.
Uma vez feito mais
esse avanço na vagarosa construção de uma verdadeira democracia no Brasil,
chovem loas à nova lei, vindas das mais diversas e às vezes incríveis
procedências. Um sólido consenso, apoiado numa significativa proporção de votos
no STF, se forma no país em torno da necessidade indiscutível de uma biografia inquestionável
para se ter o direito de exercer funções públicas. Ficha Limpa passou a ser um
novo e importante conceito da cultura nacional. E como se todos tivessem de
repente descoberto o ovo de Colombo, multiplicam-se, do nível municipal ao
nível federal, novas leis estendendo essa obrigatoriedade a todo e qualquer
cargo de governo, inclusive os de confiança. Fomos enfim capazes de introduzir algumas
barreiras a outros tipos de barbárie, como a de se apropriar insaciavelmente de
recursos que são de todos – a corrupção que hoje se escancara em todo o mundo –
ou como a de se apoiar no poder conquistado pelo voto para se resguardar de
condenações por diferentes tipos de crime.
Mas eu gostaria de analisar
outro aspecto da experiência vivida. O processo de conquista da Lei da Ficha
Limpa teve outro tipo de efeito, que pode vir a ser ainda mais amplo: o de dar
aos cidadãos a consciência de que podem mudar as leis do país em favor da
coletividade. Um pequeno artigo da Constituição de 1988, já então chamada de
Constituição Cidadã, criou o instrumento da Iniciativa Popular de Lei, pelo
qual uma proposta de mudança legislativa pode ser levada ao Congresso desde que
um por cento do eleitorado a subscreva.
O primeiro uso desse
instrumento – uma proposta de criação de um Fundo Nacional de Habitação Popular
- ocorreu cinco anos depois. Mas o projeto correspondente levou 17 anos para se
transformar em lei. Com o aprendizado da primeira, uma segunda tentativa, seis anos
depois, foi mais bem sucedida: um projeto que estabelecia que perderiam seu
registro os candidatos que comprassem votos – a chamada corrupção eleitoral - foi
transformado em lei sete semanas depois. E passados mais dez anos a proposta da
Ficha Limpa veio coroar a efetividade do instrumento, ainda que tivesse exigido
oito meses para ser transformada em lei.
E eis que de repente,
após o término da novela da Ficha Limpa, surgem por todo o Brasil, do nível
federal ao municipal (nos Municípios cuja Lei Orgânica também incorporou o
instrumento), projetos de lei de iniciativa popular. Nem tenho informações sobre tudo que está
sendo gestado pelo Brasil afora. Mas há muitos grupos de cidadãos e cidadãs,
reunidos em associações e entidades da sociedade civil, que estudam projetos
visando questões que nossos Parlamentos não enfrentam adequadamente.
A Plataforma pela
Reforma do Sistema Político, que congrega 35 entidades nacionais da sociedade
civil, lançou um projeto de lei visando a Reforma Política. Todos sabemos que ela
é extremamente necessária em nosso país, mas o Congresso sozinho não consegue realizá-la.
Há pouco outro importante problema nacional começou a ser enfrentado também por
meio de uma Iniciativa Popular: foi lançado no Amazonas um projeto de lei de
Desmatamento Zero, que contesta diretamente a decisão congressual sobre o
Código Florestal. Há associações que estão elaborando uma Iniciativa que limita
em dois mandatos consecutivos o exercício da representação política – que uma
vez transformada em profissão perverte o seu sentido. A proposta de limitar o
número de mandatos está sendo inclusive levada ao nível preparatório final da
1a. Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social. Há grupos
estudando uma Iniciativa de Lei que interdite as empresas de financiar
campanhas eleitorais - que as leva a dominar em seu favor as decisões
congressuais e do próprio Poder Executivo.
Retomam-se também velhos sonhos como o da Tarifa Zero no transporte
coletivo da cidade de São Paulo, ou o da obrigatoriedade de plebiscitos prévios
à realização de obras públicas de elevado valor ou significativo impacto
ambiental, previstos na Lei Orgânica desse mesmo município. Até um Poder
considerado intocável como o Judiciário será seguramente um dia surpreendido
por propostas populares visando corrigir as distorções que ocorrem em seu
funcionamento.
A Constituição exclui
do alcance da Iniciativa Popular mudanças constitucionais. Nada impede porem que
a aspiração popular chegue ao Congresso com milhões de assinaturas e um grupo
de parlamentares assuma a iniciativa de propor, apoiados nessa aspiração, um
Projeto de Emenda Constitucional – PEC, nos termos da proposta popular. É o
caso da iniciativa sobre o número de mandatos, que já prevê a necessidade de
uma PEC, e da iniciativa resultante do impacto causado pelo drama de Fukushima,
que propõe que nossa Constituição vede a construção de usinas nucleares em
nosso país e determine a interrupção da construção de Angra III e o desmonte de
Angra I e Angra II, livrando-nos do pesadelo dos terríveis acidentes com
reatores e as gerações futuras da herança diabólica do lixo atômico.
Corremos na verdade o
risco da banalização desse instrumento.
Até porque que tais empreitadas são gratificantes mas não são fáceis. Nas
duas iniciativas bem sucedidas acima citadas – contra a compra de votos e pela
Ficha Limpa – levou-se um ano e meio, em cada uma, para se chegar ao 1% do
eleitorado. É preciso muita perseverança. E uma vez entregue ao Congresso, a
tramitação da proposta tem que ser acompanhada dentro dele pelos seus
promotores, passo a passo, para que não fique, como a primeira delas, 17 anos
mudando de gaveta. As vacas só voam com
muito embalo... E a um período de entusiasmo e multiplicação de propostas
pode-se seguir cansaço, desencanto, frustração... Precisaríamos estar bem
conscientes de que só devemos lançar Iniciativas Populares se estivermos organizados e dispostos a ir
até o final de um processo difícil e longo.
Nesse quadro alguns
parlamentares já se apressam, quase afoitamente, para mudar a Constituição e facilitar
as coisas para o povo. Por exemplo, criando a possibilidade da coleta de
assinaturas pela Internet, que permite que se chegue mais rapidamente ao mínimo
necessário. No caso da Ficha Limpa, no final do seu processo, e já entregue o
projeto ao Congresso, mais 400.000 assinaturas obtidas pela Internet foram incorporadas.
Mas essa facilitação
reduz a adesão ao trabalho de ler uma proposta e apertar um botão para
expressá-la, e anula toda a dimensão educativa do processo de coleta de
assinaturas. Essa coleta pode ser demorada mas é também uma pedagogia de
exercício da cidadania. As pessoas que buscam assinaturas têm que estar bem
cientes do que estão propondo e as pessoas que assinam só o farão se estiverem
convencidas. No caso da lei contra a corrupção eleitoral foi possível criar com
essas pessoas, em todo o Brasil, após sua aprovação, os chamados Comitês 9840
(número da lei), que assumiram a função de garantir que fosse realmente
aplicada lá onde moravam – e mais tarde foram animadores da coleta para a Ficha
Limpa.
Alem disso, com a
coleta pela Internet corre-se com isso o risco de não se ter muita gente
disposta ao demorado trabalho de acompanhar e pressionar o Congresso, durante
todo o tempo de discussão e decisão sobre o projeto – no caso da Ficha Limpa
foram oito meses.
Se o tema de uma
proposta for preciso, compreensível, e corresponder a uma efetiva aspiração da sociedade,
essa forma de participar do processo legislativo pode ser efetiva, como ficou
demonstrado com as leis da compra de votos e da Ficha Limpa. E quanto mais o instrumento
da Iniciativa Popular se consolidar no conhecimento dos cidadãos e cidadãs e passar
a contar com maior apoio dos meios de comunicação de massa, os prazos podem ser
mais curtos e a pressão sobre o Congresso mais forte.
O Senador Pedro Simon,
em recente desabafo no Senado, falou de seu desencanto com o Congresso, opinando
que somente a pressão da sociedade faria com que ele assumisse plenamente suas
funções. Quem sabe o surgimento de um processo constituinte popular permanente
possa atender à sua angustia.
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